O certificado de calibração, emitidos interna ou externamente, tem por parte do de muitos usuários desses serviços, conhecimentos limitados sobre seus conteúdos.
O que preciso saber sobre um certificado?
Começando a responde esta pergunta, teremos várias tarefas a ser desenvolvidas após o recebimento do certificado de calibração, e as principais fases são:
1 – O que é um Certificado de Calibração Bom?
Para ser bom ou consistente um certificado de calibração precisa ter:
a) – Nome (Certificado de Calibração);
b) – Número (univocamente identificado);
c) – Dados do Solicitante e Contratante: São a mesma pessoa, exceto, quando há terceirização, ou subcontratação;
d) – Dados do Equipamentos (marca, modelo, identificação, número de série, faixa de medição, resolução etc.): Não pode ter campos em brancos, inutilizados, ou abreviações sem legenda. Se tiver abreviação deve haver uma legenda, por mais óbvia que possa parecer a abreviação.
e) – Rastreabilidade ou cópia dos padrões: Aqui sempre há muita confusão e normalmente, o usuário não sabe, primeiro o que é e como obter a rastreabilidade. Rastreabilidade é a necessidade de você ter em seu poder, físico ou eletrônico, cópia dos padrões que foram utilizados na calibração do seu equipamento.
Por exemplo: na calibração de um Termômetro Analógico, utiliza-se normalmente: Termômetro Padrão (TP 01) e Termohigrômetro (TH 01). O Cliente receberá o certificado de calibração do seu Termômetro Analógico e cópia desses 2 padrões (TP 01 e TH 01), independente se é uma calibração RBC ou Rastreada. Se a calibração do Termômetro for RBC – Rede Brasileira de Calibração, virá no certificado de calibração da balança, o símbolo da acreditação (RBC), na primeira página do certificado.
Figura 1 – Símbolo de Acreditação
Caso seja uma “Calibração Rastreada”, não poderá vir nenhuma referência, ou símbolo da acreditação RBC, no certificado emitido para o termômetro. Para certificados emitidos fora do Brasil, a sistemática é a mesma, porém o símbolo será diferente e mais difícil de se comprovar esta rastreabilidade.
Ainda na rastreabilidade, os padrões deverão ter uma identificação, nome do laboratório que calibrou, data da calibração e próxima calibração (validade do padrão).
f) – Método de Calibração e Procedimento Utilizado: O método é a forma de calibração, para balança, itens volumétricos em geral é pelo método gravimétrico, outros equipamentos e a maioria deles é pelo método, comparação com um padrão superior. Procedimento é o documento interno, utilizado na calibração é a descrição de como as atividades são realizadas.
g) – Responsável pelo certificado: Aqui pode ter o nome da pessoa que calibrou, ou do responsável pela conferência e pelos cálculos, ou o gerente técnico. Basta um responsável apenas.
h) – Tabela de Resultados: Dependendo da grandeza calibrada, pode haver pequenas diferenças, mas estes parâmetros devem estar no certificado, pode ainda ser chamados de outros nomes como a seguir:
VN – Valor Nominal
VO – Valor do Objeto da Calibração;
VP – Valor do Padrão ou Referência;
E – Erro (VO-VP), ou também poder vir a Correção (VP-VO);
U – Incerteza Expandida (95,45% de nível de confiança);
k – Fator de Abrangência;
Veff – Graus de Liberdade Efetivos;
Frases de rodapé, complementando as informações anteriores, falando da proibição da reprodução parcial do certificado, falando que a calibração não isenta o instrumento calibração da verificação metrológica, feitas pelos IPENS, quando for um equipamento pertencente a Metrologia Legal.
Tabela de Resultados
Onde:
VN = Valor Nominal, VO = Valor do Objeto, VP = Valor do Padrão, E = Erro, U = Incerteza Expandida, k = Fator de Abrangência e Veff = Graus de Liberdade Efetivos.
2.0 – Novas Tarefas:
Com o recebimento do certificado de calibração, chegam também novas tarefas tais como:
– Montar um Critério de Aceitação (CA);
– Validar o certificado de calibração;
– Criar uma sistemática de como esta validação é executada;
– Evidenciar esta validação;
– Segregar os itens não conformes, que não passaram na validação, por Erro ou também Incerteza Expandida acima do tolerado etc.
Todos estes assuntos relacionados acima, serão tratados em um outro documento, para que não haja problemas de entendimento. Este breve relato sobre o “Certificado de Calibração”, tem como único objetivo, dizer em linhas gerais, o que precisa ter um certificado de calibração para ser consistente. Entretanto, não se consegue aqui identificar se os padrões utilizados na calibração são de qualidade ou da classe adequada, se o técnico e a empresa, possuem as competências e certificações necessária, se os cálculos foram feitos de forma correta.
Para saber todas estas respostas, o mais indicado, é que você faça no seu fornecedor de serviço, uma avaliação / qualificação, onde todos estes pontos podem ser checados e se aprovado, possa prestar o serviço proposto. Porém, é necessário que você usuário de calibração, tenha os conhecimentos metrológicos necessários para avaliar tal fornecedor e comprovar a competência deste, porque se não tiver, sua avaliação será superficial. A qualificação é feita através de um questionário, previamente montado para obter as respostas, que te ajudará concluir que se aquele fornecedor, tem as qualificações, padrões, certificações e competências necessárias para lhe prestar um bom serviço.
Para saber mais entre em contato